17.11.08

Alfarrábios - Valor Econômico, Teatro

Company traz o clima da Brodway aos cariocas
08/02/2001
P0r Olga de Mello, do Rio

Ainda computando o sucesso de "Cole Porter - Ele nunca Disse Que Me Amava", campeão de público na temporada carioca de 2000, com cerca de 50 mil espectadores em nove meses, Möeller, que assina a direção, e Botelho contam novamente com Cláudio Magnavita como produtor.

Confessando-se um admirador incondicional de musicais, Magnavita manteve-se distante de qualquer decisão no processo criativo da peça. "Crio condições para que cada um desempenhe sua função na montagem. Sempre me espantou o amadorismo da maioria dos produtores no Rio. Há uma pulverização de apoios que levam o patrocínio para o nível de mendicância", diz.

"O investimento cultural dá retorno, tanto que nossos patrocinadores são os mesmos de 'Cole Porter': apenas duas companhias, sem necessidade de lojas de tecidos ou restaurantes financiarem figurinos ou refeições. Se começarmos a produzir cultura profissionalmente, é possível tornar o teatro um atrativo turístico, como ocorre em Nova York, onde se deve à Broadway a permanência de visitantes por mais duas noites na cidade", completa.

Segundo Botelho, a Broadway pode se dividir em antes e depois de "Company", em razão das mudanças formais e estilísticas que criou, reconhecidas ao ganhar sete prêmios Tony em 1970. A história do solteirão Robert, que passa por dúvidas em relação a seu rumo de vida ao completar 35 anos, foi a junção de cinco peças de George Furth, entremeadas por canções de Sondheim, que discutem casamento, separações e relacionamentos.

"É um corte no tempo, a história se desenvolve durante um minuto dentro da cabeça do personagem. Robert se descobre sozinho em seu aniversário e pensa se deve se casar ou permanecer solteiro. Essa peça passou por tantas mudanças em sua concepção que acabou trazendo um novo gênero dentro do musical, o chamado 'concept musical', sem um enredo linear", informa Botelho.

A manutenção do título original não foi uma concessão ao apelo mercadológico do idioma inglês, esclarece. "A palavra companhia tem um sentido diferente em português. Para nós, ela remete a estar com alguém ou a uma empresa. Em inglês, ela também é sinônimo de grupo, de elenco. 'Rent' também não virou 'Aluguel' no Brasil", lembra Botelho, que interpreta Robert , à frente de 13 atores, entre eles sua principal parceira de palco, Cláudia Netto. Também participam de "Company" o coreógrafo Renato Vieira, o iluminador Paulo César Medeiros e o estilista Antonio Augustus, que assina os figurinos.


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