28.8.07

Valor Econômico - Suplemento Empresa e Comunidade

Muita conversa promove o conceito de qualidade de vida
Olga de Mello
23/08/2007





Incentivar o desenvolvimento sustentável, estimulando as ações de responsabilidade social e a proteção do meio ambiente por meio da unificação de procedimentos de gestão da rede de fornecedores. Esta foi a meta com que a Petrobras criou, em 2006, o Programa Parceria Responsável, que hoje conta com a participação de 117 empresas, todas prestadoras de serviço ou fornecedoras de maquinário e equipamentos para companhia. Com a iniciativa, a estatal debate com fornecedores e ajuda a implementar nas empresas parceiras programas de qualidade de vida, de redução da rotatividade da mão-de-obra, capacitação de empregados e redução de resíduos nas unidades.


Desenvolvido pela área de negócios do abastecimento da estatal - responsável pelas operações comerciais de petróleo e derivados, produtos petroquímicos, álcool e fertilizantes - o programa visa também ao fortalecimento da integração com fornecedores e clientes, lembra a coordenadora da iniciativa, Sílvia Cristina Moraes Cardoso.


"A Petrobras tem um compromisso com o desenvolvimento sustentável que não se limita à companhia e que pretende envolver todos os que atuam junto com ela. Como é de longe a maior contratadora de serviços do país, está em contato direto com empresas de grande, pequeno e médio portes e, desde 2005, eram analisadas diversas maneiras para atuar com os fornecedores, buscando melhorar a gestão de trabalho", conta Sílvia.






Em março de 2006, 99 fornecedores das áreas de manutenção, SMS (Segurança, meio Ambiente e Saúde), transportes e alimentação, cujos contratos estavam em vigor, foram apresentados ao programa. Deles, 84 imediatamente aderiram à proposta, que incluía visitas mensais às empresas de especialistas da Petrobras, que dariam consultoria com vistas à adequação de normas de segurança no trabalho, responsabilidade ambiental e saúde já aplicadas.


"A Petrobras já tinha programas para melhoria de relacionamento com fornecedores, porém decidiu implantar, pela primeira vez, um plano compreendendo requisitos específicos e metas. A proposta era que os fornecedores passassem a ter no plano uma referência para seus negócios. Muitos deles já obedeciam a modelos de gestão estabelecidos e, mesmo assim, decidiram participar do programa, alguns até temerosos em relação ao custo da adoção desses novos procedimentos. Entre esses fornecedores estavam empresas de estrutura maior, com iniciativas em termos de certificação, como ISO 9001, e outras com sistemas de gestão empresarial incipientes, necessitando de aprimoramento. A maioria percebeu que o investimento que a Petrobras está fazendo com esta iniciativa promove a elevação do padrão da indústria brasileira. Dos 117 que estão atualmente do programa, 85% já haviam participado da primeira etapa, no ano passado, o que demonstra o quanto eles absorveram da filosofia do Parceria Responsável", diz Sílvia Moraes Cardoso.


Entre os itens observados em 2006 estavam o controle dos fornecedores no quesito responsabilidade social, promoção de programas de qualidade de vida, comprometimento da mão-de-obra com os processos, capacitação profissional dos trabalhadores, melhorias ambientais nas unidades produtivas.


O programa determina um prazo de três anos para a implantação das normas preconizadas pela Petrobras. Consultores analisam os processos das empresas, verificando e orientando o que deve ser feito para adequar-se ao modelo proposto, retornando meses depois, quando avaliam a evolução do quadro em face dos procedimentos adotados, além de atribuir pontos pelo desempenho nessa adaptação. Em março deste ano, a Petrobras distribuiu troféus às empresas que se destacaram na implantação dos novos métodos, de acordo com o sistema de pontuação. As vencedoras foram Siemens, Manserv - Montagem e Manutenção, Antroposphera - Instituto para o Desenvolvimento do Meio Ambiente e CSE Mecânica e Instrumentação.


"Os processos estão se ampliando e se aprimorando. Esse interesse comprova o quanto o programa é importante, pois as empresas sabem que não sobreviverão se não tomarem atitudes conseqüentes em face das questões sócio-ambientais que hoje são uma preocupação de todos no planeta", diz Sílvia.

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