6.12.10

Diário do Nordeste - Chuvas no Rio em 2009


Outra das antigas, com foto do Angelo Antonio Duarte, feita no Jardim Botânico

SEM CONDUÇÃO
Moradores sofrem para chegar às suas casas

OLGA DE MELLO

DO RIO DE JANEIRO

Dormir no carro, no ônibus, na casa de conhecidos ou caminhar pelas ruas inundadas com água até o joelho. Para muitos cariocas, a tempestade que desabou sobre a cidade na noite de segunda-feira não chegou a surpreender. "A diferença é que alagou tudo", observou o porteiro Cosmo Sampaio, que levou seis horas do trabalho, em Botafogo, até sua casa, em Bonsucesso, um trajeto que cumpre, geralmente, em 40 minutos.

A cada década, cai uma chuva pesada sobre o Rio de Janeiro, geralmente no verão ou na mudança da estação para o outono. Com os temporais, vêm enchentes, deslizamentos e muitas mortes. Depois de 15 horas ininterruptas, na manhã de terça-feira, boa parte dos cariocas atendeu aos apelos das autoridades, permanecendo em casa. Mas Cosmo nem chegou a ouvir as recomendações da Prefeitura. "Saí às 5h30m e, mesmo assim, ainda havia tanta água no caminho que demorei pelo menos três horas na condução".

A psicóloga Giselle Barbosa só chegou em casa, na Zona Sul, às 10h30 de terça-feira. Na véspera, participara de uma reunião em Madureira e à noite concluiu que não conseguiria sair da Zona Norte.

A funcionária pública Ana Machado, que passou a Páscoa com a família em São Paulo, quase teve que pernoitar no Aeroporto do Galeão devido à falta de condução. "Foi um caos. Não havia ônibus nem táxis. Aproveitando a situação, muitos taxistas cobravam até R$ 100", informou a funcionária pública.

Nenhum comentário: